Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/7965
Autor(a): Arruda, Gabriel Moraes
Orientador: Câmara, Marco Túlio Pena
Título: Da idealização à concretização:
Palavras-chave: Jornalismo Ambiental; Usina Hidrelétrica de Estreito; Impactos Socioambientais; Análise de Conteúdo; Teoria do Enquadramento.
Data do documento: 14-Fev-2025
Editor: Universidade Federal do Tocantins
Citação: ARRUDA, Gabriel Moraes. Da idealização à concretização: abordagem jornalística dos impactos e desdobramentos socioambientais da UHE Estreito pelo Jornal do Tocantins (2002 - 2012). 2024. 195 f. TCC (Graduação) - Curso de Jornalismo, Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2024.
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender a construção narrativa dos impactos e desdobramentos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE Estreito) pelo Jornal do Tocantins (JTO) no período de 2002 a 2012. A UHE Estreito, localizada na divisa entre os estados do Tocantins e Maranhão, foi construída ao longo de uma década marcada por conflitos entre a empresa responsável, as comunidades afetadas e a justiça. A análise foi realizada a partir de um corpus de 62 reportagens publicadas no jornal, utilizando metodologias quantitativas e qualitativas, com base na Análise de Conteúdo e na Teoria do Enquadramento. A Análise de Conteúdo permitiu a categorização e sistematização das matérias, enquanto a Teoria do Enquadramento contribuiu para a compreensão de como os fatos foram narrados e quais perspectivas foram privilegiadas. Os resultados indicam que o JTO abordou a UHE Estreito predominantemente sob uma ótica econômica, destacando-a como símbolo de desenvolvimento e progresso regional. A cobertura jornalística foi marcada por uma narrativa pouco plural, com ênfase em factualidades e fontes oficiais, como representantes do governo e da empresa responsável pelo empreendimento. As vozes das comunidades afetadas, como moradores de cidades inundadas e movimentos sociais, tiveram espaço limitado, geralmente restrito a protestos e bloqueios. Além disso, a abordagem jornalística não priorizou a contextualização dos fatos, como preconiza o Jornalismo Ambiental, que exige uma visão inter e multidisciplinar dos impactos socioambientais. A pesquisa sugere que a comunicação corporativa, camuflada pelo greenwashing e pelo marketing verde, influenciou a cobertura do JTO, limitando a pluralidade de vozes e a contextualização dos impactos socioambientais. A falta de uma abordagem mais crítica e aprofundada sobre os conflitos e riscos associados à construção da usina reflete uma tendência observada em outras coberturas jornalísticas sobre grandes empreendimentos hidrelétricos no Brasil. A análise também revelou que, embora o JTO tenha abordado os impactos ambientais e sociais da UHE Estreito, a narrativa predominante foi a de que os benefícios econômicos superariam os custos socioambientais.
Abstract: This research aims to understand the narrative construction of the socio-environmental impacts and repercussions of the Estreito Hydroelectric Power Plant (UHE Estreito) by Jornal do Tocantins (JTO) from 2002 to 2012. Located on the border between the states of Tocantins and Maranhão, the UHE Estreito was built over a decade marked by conflicts between the responsible company, affected communities, and the judiciary. The analysis was conducted based on a corpus of 62 reports published in the newspaper, using quantitative and qualitative methodologies, supported by Content Analysis and Framing Theory. Content Analysis allowed for the categorization and systematization of the articles, while Framing Theory contributed to understanding how the facts were narrated and which perspectives were privileged. The results indicate that JTO predominantly approached UHE Estreito from an economic perspective, highlighting it as a symbol of regional development and progress. The journalistic coverage was marked by a less plural narrative, emphasizing factual information and official sources, such as government representatives and the company responsible for the project. The voices of affected communities, such as residents of flooded cities and social movements, had limited space, usually restricted to protests and blockades. Furthermore, the journalistic approach did not prioritize the contextualization of facts, as advocated by Environmental Journalism, which requires an inter and multidisciplinary view of socio-environmental impacts. The research suggests that corporate communication, disguised by greenwashing and green marketing, influenced JTO's coverage, limiting the plurality of voices and the contextualization of socio-environmental impacts. The lack of a more critical and in-depth approach to the conflicts and risks associated with the construction of the plant reflects a trend observed in other journalistic coverages of large hydroelectric projects in Brazil. The analysis also revealed that, although JTO addressed the environmental and social impacts of UHE Estreito, the predominant narrative was that the economic benefits would outweigh the socio-environmental costs.
URI: http://hdl.handle.net/11612/7965
Aparece nas coleções:Jornalismo

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TCC_GabrieMoraesArruda.pdf4.81 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.