Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/7031
Autor(a): Vieira, Cintya de Abreu
Orientador: Ferreira, Rejane de Souza
Título: Tecituras da feminilidade e da maternidade: de Freud ao romance A Filha Perdida, de Elena Ferrante
Palavras-chave: Mulher e mãe; Relação mãe e filha; Ambivalência; Psicanálise; Literatura; Woman and mother; Mother-daughter relationship; Ambivalence; Psychoanalysis; Literature
Data do documento: 30-Ago-2024
Citação: VIEIRA, Cintya de Abreu. Tecituras da feminilidade e da maternidade: de Freud ao romance A Filha Perdida, de Elena Ferrante.2022.151f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras, Porto Nacional, 2024.
Resumo: Esta dissertação investiga a obra A filha perdida (2016), da escritora italiana Elena Ferrante, através da vertente psicanalítica em consonância com um enfoque sociológico como possíveis chaves de leitura, pois, toda psicologia individual é ao mesmo tempo social. O núcleo dessa pesquisa se concentra nos retratos da feminilidade e da maternidade que compõem as experiências das personagens femininas do romance, sobretudo, da protagonista Leda. O enredo analisado contempla as complexidades destas mulheres demonstrando que as construções retratadas são permeadas por ambivalências que aludem aos conflitos que a posição feminina e materna pode comportar, justamente, pela maternidade não responder a todas as inquietações e desejos femininos. Logo, a ambivalência é um fio condutor no romance, que também está presente nas relações entre mães e filhas das personagens, por isso, consideramos a psicanálise uma vertente profícua nesta pesquisa. A contribuição lacaniana da dissociação natural entre a figura da mulher e da mãe permite perscrutar os desdobramentos dessas posições subjetivas como efeitos da cultura e da linguagem. A perspectiva psicanalítica também ensejou refletir sobre os desdobramentos da relação primordial da menina com a mãe para a constituição subjetiva feminina, e por isso pudemos analisar a relação da menina Elena com sua mãe Nina e a relação de Leda com sua própria mãe a partir das rememorações que ela fazia de sua própria infância. O enfoque sociológico que utilizamos, por sua vez, permitiu discorrer a respeito da concepção universal do imaginário social a respeito da mulher como instintivamente inclinada à maternidade, que resulta na romantização, na sacralização da figura da mãe e no apagamento da mulher. Além disso, contribui para situar os aspectos coletivos que se entrelaçam com as vivências íntimas das personagens, pois os conflitos íntimos de Leda, como filha e como mãe, repercutem nas relações que ela estabelece com as outras personagens, especialmente, com a tríade napolitana na praia, Nina, Elena e a boneca Nani. As relações de espalhamento e duplo que se constituem entre as personagens e os conflitos entre maternidade e feminilidade são inferidos nas metáforas e processos metonímicos que compõem a narrativa, indicando a costura intencional entre forma e conteúdo. Portanto, esse aspecto foi contemplado como escopo de nossa investigação. Outrossim, nos detivemos na forma espiralada da narrativa através do fluxo de consciência da narradora-personagem, em que suas experiências são elaboradas sempre a posteriori, refletindo o seu processo de (des)construção da feminilidade que se dá a partir dos (des)encontros com as outras personagens do romance.
Abstract: This dissertation investigates the work The Lost Daughter (2016) by the Italian writer Elena Ferrante, through psychoanalytic approach in line with a sociological focus as possible keys to interpretation, as all individual psychology is at the same time social. The core of this research focuses on the portrayals of femininity and motherhood that shape the experiences of the female characters in the novel, especially the protagonist, Leda. The analyzed plot contemplates the complexities of these women, demonstrating that the depicted constructions are permeated by ambivalences that allude to the conflicts inherent in the female and maternal positions, precisely because motherhood does not address all feminine concerns and desires. Therefore, ambivalence is a guiding thread in the novel, which is also present in the relationships between mothers and daughters of the characters, which is why we consider psychoanalysis a fruitful approach in this research. Lacanian contributions regarding the natural dissociation between the figure of the woman and the mother allow for an exploration of the ramifications of these subjective positions as effects of culture and language. The psychoanalytic perspective also enabled reflections on the ramifications of the primary relationship between a girl and her mother for the formation of female subjectivity, and thus we could analyze the relationship between the girl Elena and her mother Nina, and Leda's relationship with her own mother based on her recollections of her own childhood. The sociological approach we employed, in turn, allowed us to discuss the universal conception of the social imaginary regarding women as instinctively inclined to motherhood, which results in the romanticization and sanctification of the mother figure and the erasure of the woman. Moreover, it helps to situate the collective aspects intertwined with the intimate experiences of the characters, as Leda's intimate conflicts, both as a daughter and a mother, resonate in the relationships she establishes with other characters, especially with the Neapolitan triad on the beach, Nina, Elena, and the doll Nani. The relationships of dispersion and doubling that form between the characters and the conflicts between motherhood and femininity are inferred in the metaphors and metonymic processes that make up the narrative, indicating an intentional weaving between form and content. Therefore, this aspect was considered as the scope of our investigation. Additionally, we focused on the spiral form of the narrative through the stream of consciousness of the narrator- character, where her experiences are always elaborated retrospectively, reflecting her process of (de)constructing femininity through her (dis)encounters with the other characters in the novel.
URI: http://hdl.handle.net/11612/7031
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