Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/5435
Autor(a): Sandes, Marlene Barros
Orientador: Medeiros, Valéria da Silva
Título: A gíria de grupo entre "meninas" do sistema socioeducativo a partir do cronotopo e do lugar de fala.
Palavras-chave: Socioeducativo;Cronotopo;Feminino;Lugar de fala;Gíria de grupo.
Data do documento: 6-Jul-2023
Citação: KLINGER, Karylleila dos Santos Andrade. A gíria de grupo entre "meninas" do sistema socioeducativo a partir do cronotopo e do lugar de fala. 2022. 146 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Letras, Ensino de Línguas e Literatura, Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, 2022.
Resumo: Esta pesquisa traz panorama da institucionalização de adolescentes mulheres na privação e restrição de liberdade do sistema socioeducativo a partir da constituição da linguagem, sendo a gíria o enfoque utilizado. Partimos da perspectiva dialógica, sociohistórica e ideológica da língua(gem) preconizada por Bakhtin (2003; 2006; 2010; 2013; 2014). Para este pensador e seu Círculo, a línguagem possui caráter dialógico, vivencial e ideológico e, neste sentido, as adolescentes na internação e semiliberdade se constituem como sujeitos na relação eu-Outro no tempo-espaço discursivo (cronotopo) de que se constitui a medida socioeducativa e a partir do lugar de fala. Dada a situação de pandemia e os protocolos e procedimentos de suspensão de pesquisa nos espaços da privação e restrição de liberdade, construímos a investigação sob uma abordagem qualitativa, sendo a metodologia fundamentada em análises documentais e levantamento bibliográfico. Com base em breve análise sobre a categoria de gênero e nos fundamentos da Sociolinguística (PRETI, 1983; 1984; 2000; 2004; 2007) consideramos que a gíria de grupo revela a língua falada, descrita, observada, analisada em seu contexto social e em situações de uso. As análises apontam que para além de aspectos eventuais de limitações desse repertório linguístico, da estigmatização dos sujeitos que a utilizam e do caráter subversivo que lhe é peculiar, a gíria envolve processos que aliam identificação, pertencimento, constituindo a identidade de grupo entre adolescentes privadas e restritas de liberdade. Dentre outras abordagens pontuadas ao longo do texto, propomo-nos responder nesta investigação aos seguintes questionamentos: Como se dá a política de gênero no socioeducativo? Quais percursos as adolescentes fazem para confirmar as alteridades presentes nos códigos verbais criados ou reproduzidos a partir da categoria de gênero? Por que o uso da gíria de grupo como linguagem simbólica e discursiva, é tão utilizada pelas adolescentes na internação e semiliberdade? Quais relações se constroem entre o sujeito, o lugar de fala, a gíria de grupo e os cronotopos da medida socioeducativa de meio fechado? Para tratar sobre apontamentos sobre o lugar de fala, partimos das teias que se constroem entre a Antropologia e a Filosofia, problematizando concepções que envolvem a mulher em sua construção social e histórica sob o limiar dos estudos pontuados por Ribeiro (2016; 2017). Todas essas questões contribuem para a compreensão da adolescente em medida socioeducativa de meio fechado e as relações discursivas e/ou interativas que estabelece por meio da linguagem gíria, signo de grupo que, dentre outros aspectos, as identifica, inscreve e as constitui como sujeitos nos processos que constituem a institucionalização
Abstract: This research brings an overview of the institutionalization of adolescent women in the deprivation and restriction of freedom of the socio-educational system from the constitution of language, with slang being the focus used. We start from the dialogic, sociohistorical and ideological perspective of language advocated by Bakhtin (2003; 2006; 2010; 2013; 2014). For this thinker and his Circle, language has a dialogical, experiential and ideological character and, in this sense, adolescents in internment and semi-liberty constitute themselves as subjects in the self-other relationship in the discursive time-space (chronotope) of which constitutes the socio educational measure and from the place of speech. Given the pandemic situation and the protocols and procedures for suspending research in the spaces of deprivation and restriction of liberty, we built the investigation under a qualitative approach, the methodology being based on documentary analysis and bibliographic survey. Based on a brief analysis of the gender category and on the foundations of Sociolinguistics (PRETI, 1983; 1984; 2000; 2004; 2007) we consider that group slang reveals the spoken language, described, observed, analyzed in its social context and in use situations. The analyzes point out that, in addition to possible aspects of limitations of this linguistic repertoire, the stigmatization of the subjects who use it and the subversive character that is peculiar to it, slang involves processes that combine identification, belonging, constituting the group identity between deprived adolescents and adolescents restricted freedom. Among other approaches punctuated throughout the text, we propose to answer in this investigation the following questions: How is gender policy in socio-educational? What paths do adolescents take to confirm the alterities present in the verbal codes created or reproduced from the gender category? Why is the use of group slang as a symbolic and discursive language so used by adolescents in internment and semi-liberty? What relationships are built between the subject, the place of speech, the group slang and the chronotopes of the socio-educational measure in a closed environment? To address notes on the place of speech, we start from the webs that are built between Anthropology and Philosophy, questioning conceptions that involve women in their social and historical construction under the threshold of the studies punctuated by Ribeiro (2016; 2017). All these issues contribute to the understanding of the adolescent in a socio-educational measure in a closed environment and the discursive and/or interactive relationships that she establishes through slang, a group sign that, among other aspects, identifies, inscribes and constitutes them as subjects in the processes that constitute institutionalization.
URI: http://hdl.handle.net/11612/5435
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras: Ensino de Língua e Literatura - PPGL

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