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http://hdl.handle.net/11612/7811
Authors: | BRAGA, Katiane Pereira |
metadata.dc.contributor.advisor: | RIBEIRO, Priciane Cristina Correa |
Title: | Análise da segurança alimentar e fatores associados na comunidade remanescente quilombola de Cocalinho – TO |
Keywords: | Nutrição;Soberania alimentar;Transição alimentar |
Issue Date: | 2025 |
Publisher: | Universidade Federal do Tocantins |
metadata.dc.publisher.program: | PPGDIRE |
Citation: | BRAGA, Katiane Pereira. Análise da segurança alimentar e fatores associados na comunidade remanescente quilombola de Cocalinho – TO.2019.126f. Dissertação (Mestrado em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais ) – Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, 2019. |
metadata.dc.description.resumo: | Compreender a segurança alimentar e nutricional atrelada às teorias de desenvolvimento das populações, permite reconhecer os mecanismos determinantes da qualidade de vida das populações vulneráveis e assegurar ferramentas na luta pelo bem-estar social, e de forma ampla, esta compreensão pode colaborar para a transformação das realidades onde estas populações estão inseridas. Este trabalho teve como objetivo elucidar as condições de (in) segurança alimentar e fatores associados a ela em uma comunidade remanescente de quilombo, a comunidade de Cocalinho, em Santa Fé do Araguaia/TO. Esta população carrega consigo as vulnerabilidades adquiridas em seu processo histórico, pois são pessoas que levam uma herança econômica e social do período de escravidão, exclusão e marginalização. Neste sentido, o estudo buscou discutir os resultados em paralelo com a ideia de privação de liberdade proposta por Amartya Sen. A pesquisa foi do tipo transversal e analítico, com levantamento de dados quantitativos obtidos pela EBIA (Escala Brasileira de Insegurança alimentar), QFA (Questionário de Frequência Alimentar) e dados antropométricos, aplicados a 62 pessoas da comunidade. Foi realizado tratamento estatístico utilizando o programa SPSS estatistics 21 IBM: ANOVA, Quiquadrado, regressão logística simples e multinomial. Os resultados demonstraram que: (80,64%) dos participantes eram do sexo feminino; a média de idade foi de 44,9 anos; (67,74%) se autodeclararam negros e a renda média foi de 817,61 reais, no entanto, 24,19% dos participantes recebem menos de um salário mínimo, sendo estratificados nas classes D (58,6%) e E (41,93%) conforme a ABEP (Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas). Quanto à escolaridade: (43,54%) cursaram apenas até o ensino fundamental e (17,74%) concluíram o ensino superior. As condições de moradia e saneamento mostraram-se precárias, pois não existe esgotamento sanitário e a água, obtida de poço artesiano, recebe tratamento apenas por meio de pastilhas de cloro. Quanto à insegurança alimentar: a incidência foi de 58,05%, distribuídas nos graus moderado e grave de insegurança alimentar; está foi mais frequente entre as mulheres (72%) e teve relação significativa com a renda (p=0,01) e com o número de pessoas que moram no domicilio (p=0,031). Quanto aos hábitos alimentares percebemos alto consumo de carboidratos, (43,64%) do total da dieta, seguido de proteína (35,15%) e de açúcar (14,29%), e do baixo consumo de frutas e hortaliças (7,47%). O consumo de alimentos industrializados foi de (34,54%) e não industrializados de 65,45%, no entanto não apresentaram diferença estatística significativa (p=0,387) e (0,557) respectivamente, indicando que ambos os tipos de alimentos estão sendo consumidos na mesma proporção. As avaliações antropométricos demonstram prevalência de alterações de IMC (índice de massa corporal) e C.A (circunferência abdominal) em (86,59%) do total de participantes, e com significância de associação entre os dados antropométricos de (χ2 = 33,03 Gl=1,p=0,08) para C.A e p=(0,03) para o IMC. Além disto, (63%) dos investigados refeririam diabetes ou hipertensão arterial. Concluímos que aa insegurança alimentar e nutricional na população está associada as condições sócio econômicas, também percebemos problemas de sobrepeso e obesidade, associados à insegurança alimentar, assim a prevalência das doenças crônicas citadas podem ser consequência dos hábitos alimentares inadequados atrelados ao aumento do consumo de alimentos menos tradicionais nesta população, denotando possível transição alimentar e epidemiológica. Por fim, estes aspectos são limitantes ao desenvolvimento pleno nesta população, e sugere-se que estes devem ser avaliados 9 em caráter longitudinal para que as políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais quilombolas possam ser de fato efetivas garantindo entre outras liberdades, a soberania alimentar destes grupos. |
Abstract: | Understanding food and nutritional security, coupled with population development theories, allows us to recognize the determinants of the quality of life of vulnerable populations and to ensure tools in the fight for social well-being, and this understanding can contribute to the transformation of realities where these populations are inserted. The objective of this study was to elucidate the conditions of (food) insecurity and factors associated with it in a quilombo community, the community of Cocalinho, in Santa Fe do Araguaia/TO. This population carries with it the vulnerabilities acquired in its historical process, since they are people who bear an economic and social heritage from the period of slavery, exclusion and marginalization. In this sense, the study sought to discuss the results in parallel with the idea of deprivation of liberty proposed by Amartya Sen. The research was of the transversal and analytical type, with quantitative data obtained by EBIA (Brazilian Food Insecurity Scale), QFA (Food Frequency Questionnaire) and anthropometric data, applied to 62 people in the community. Statistical treatment was performed using the SPSS statistical program: IBM: ANOVA, Quiquadrado, simple and multinomial logistic regression. The results showed that: (80.64%) of the participants were female; the mean age was 44.9 years; (67.74%) declared themselves black and the average income was 817.61 reais. However, 24.19% of the participants receive less than one minimum wage, being extratified in classes D (58.6%) and E (41.93%) according to ABEP (Brazilian Association of Companies and Research). Regarding schooling: (43.54%) only attended elementary school and (17.74%) finished higher education. Housing and sanitation conditions were precarious, as there is no sanitary sewage and water, obtained from artesian well, is treated only by chlorine tablets. Regarding food insecurity: the incidence was 58.05%, distributed in the moderate and severe levels of food insecurity; was more frequent among women (72%) and had a significant relationship with income (p = 0.01) and the number of people living at home (p = 0.031). As for eating habits, we observed high carbohydrate intake (43.64%), followed by protein (35.15%) and sugar (14.29%), and low consumption of fruits and vegetables (7.47%). The consumption of processed foods was (34.54%) and non-industrialized (65.45%), but did not present a statistically significant difference (p = 0.387) and (0.557) respectively, indicating that both types of foods are being consumed On the same proportion. The anthropometric assessments showed a prevalence of alterations in BMI (body mass index) and WC (waist circumference) in (86.59%) of the total participants, and with a significant association between the anthropometric data of (χ2 = 33.03 Gl = 1, p = 0.08) for CA and p = (0.03) for BMI. In addition, (63%) of those investigated reported diabetes or hypertension. We conclude that food and nutritional insecurity in the population is associated with socioeconomic conditions, we also perceive problems of overweight and obesity, associated with insecurity, so the prevalence of chronic diseases may be a consequence of inappropriate food habits linked to increased food consumption less traditional in this population, denoting a possible food and epidemiological transition. Finally, these aspects are limiting to the full development in this population, and it is suggested that these should be evaluated longitudinally so that public policies aimed at the traditional quilombola communities can be effective effectively guaranteeing, among other freedoms, the food sovereignty of these groups. |
URI: | http://hdl.handle.net/11612/7811 |
Appears in Collections: | Mestrado em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais |
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