Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11612/6893
Autor(a): Souza, Paulo Anizio Martins de
Orientador: Ludwig, Carlos Roberto
Título: Androcentrismo acima de tudo - Masculino genérico acima de todas (e de todes) - O patriarcado linguístico nos manuais de redação tocantinenses
Palavras-chave: Masculino genérico. Androcentrismo. Linguagem inclusiva de gênero. Manual de Redação da Presidência da República. Manuais de redação do Tocantins. Generic masculine. Androcentrism. Gender inclusive language. Manual de Redação da Presidência da República. Writing manuals in Tocantins
Data do documento: 9-Ago-2023
Citação: SOUZA, Paulo Anizio Martins de. Androcentrismo acima de tudo - Masculino genérico acima de todas (e de todes) - O patriarcado linguístico nos manuais de redação tocantinenses.2023.188f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Letras, Porto Nacional, 2023.
Resumo: Com a irrevogável marcação de gênero na Língua Portuguesa, acabamos tendo como uma das consequências o uso do masculino genérico. Este, porém, de uso contornável, a depender de estratégias constantes em manuais de redação inclusiva de gênero, na busca de fazer com que mulheres cis e trans e pessoas de diferentes gêneros ou não binárias não sejam ocultadas pela língua. Uma representação linguística ideal seria, entretanto, aquela que comportasse todos os gêneros em suas diversidades, todavia em geral são binárias as estratégias propostas por esses manuais. Por outro lado, a própria língua em sua estrutura atual parece guardar certa aversão a algumas dessas estratégias, principalmente quando sugeridas pela linguagem neutra, com as propostas de fazer com que as palavras terminem com “@”, “x” ou “e”. Grupos lgbtfóbicos ou favoráveis a um Brasil acima de tudo, Deus acima de todos levantam, então, bandeiras do tipo Deus, Pátria e Família em suposta defesa do vernáculo, quando o que parecem desejar seria que discussões relativas a gênero e orientação sexual não sejam tratadas em âmbito algum, principalmente no ambiente escolar. É em um contexto ainda de um moralismo bolsonarista – não obstante a recondução do Presidente Lula ao Poder Executivo, ou por causa dessa mesma recondução – que procuraremos mostrar como IFTO (2017), UFT (2021), MP-TO (2017) e TCE-TO (2013), manuais e guias de redação oficial em uso no Estado do Tocantins, são patriarcalistas, androcêntricos e sexistas. Nosso objetivo geral será, então, promover uma descrição, contabilidade e discussão de como esses manuais e guias de redação oficial, incluindo-se o Manual de Redação da Presidência da República, carecem, no que prescrevem e exemplificam com seus modelos de expediente, do que é proposto pela linguagem inclusiva de gênero. A fim de alcançarmos esse objetivo geral, teremos como objetivos específicos: tratar da distinção entre linguagem inclusiva e neutra de gênero, com suas manifestações no Brasil e em outros países, bem assim como se dá seu recebimento político, social e linguístico; discutir a marcação de gênero no português brasileiro e as consequências ginecofóbicas, lgbtfóbicas e sexistas, em termos linguísticos e cognitivos, dessa marcação estandardizada; e, por fim, chamar a atenção para a forma desigual e excludente com que os diversos gêneros e orientações sexuais são tratados pelos manuais e guias de redação oficial em questão, o que pode ser auferido a partir dos exemplos e modelos que deles vamos extrair, contabilizando-os e discutindo seus resultados. Para contemplar os propósitos desta dissertação, vão nos servir de principais referências Almeida (2020), Bagno (2017, 2020) Barbosa Filho (2022), Bentes, Cruz e Mendes (2022), Bourdieu (2022 [1930]), Burigo (2016), Caldas-Coulthard (2007), Carvalho (2022), Cassiano (2022), Cavalcante (2022), Fischer (2020), Franco e Cervera (2006), Freitag (2022), Glozman (2022), IFAL (2018), Kilomba (2019), López e colegas (2012), Mäder (2015), Mercosur/RAADH (2018), Moura e Mäder (2022), Oliveira (2022), Pessotto (2019), Rajagopalan (2000), Rio Grande do Sul (2014), Schwindt (2020) e Woolf (2014 [1923]). Quanto ao seu objeto, método, abordagem, objetivo e finalidade, o trabalho que apresentaremos será bibliográfico, dedutivo, quanti-qualitativo, exploratório e básico
Abstract: The irrevocable gender marks of Portuguese have as a consequence the use of the generic masculine. This can be bypassed, nonetheless, depending on the strategies proposed by manuals for gender inclusive writing, to prevent cis and trans women as well as individuals of other genders or non-binary from being hidden by language. An ideal linguistic representation, however, should embrace all social genders in the strategies proposed by writing manuals. On the other hand, language itself holds some aversion to some of those strategies, especially the ones suggested by neutral language such as the propositions of ending words with “@”, “x” or “e”. Consequently, LGBTQ-phobic groups, or those in favor of Brazil above all else stand up to defend under the banner of God, Nation and Family an allege defense of their mother language when, in fact, they seem to wish to prevent discussions of gender and sexuality to be held in different social circles, especially at school. Amidst this Bolsonaro-like moralist setting – despite the reelection of the President Lula to the Executive Power, or because of that reelection – that we aim at discussing how IFTO (2017), UFT (2021), MP-TO (2017) and TCE-TO (2013), manuals and guides for official communications used in the state of Tocantins, Brazil, are patriarchal, androcentric and sexist. Our general objective will be, then, to promote a description, accounting and discussion of how these manuals and official writing guides, including the Writing Manual of the Presidency of the Republic, lack, in what they prescribe and exemplify with their file models, the that is proposed by gender- inclusive language. In order to achieve this general objective, we will have the following specific objectives: to address the distinction between inclusive and gender-neutral language, with its manifestations in Brazil and in other countries, as well as how it is received politically, socially and linguistically; discuss gender marking in Brazilian Portuguese and the gynophobic, lgbtphobic and sexist consequences, in linguistic and cognitive terms, of this standardized marking; and, finally, draw attention to the unequal and exclusive way in which different genders and sexual orientations are treated by the manuals and official writing guides in question, which can be gleaned from the examples and models that we will extract from them, counting them and discussing their results. To contemplate the purposes of this dissertation will serve as our main references Almeida (2020), Bagno (2017, 2020) Barbosa Filho (2022), Bentes, Cruz e Mendes (2022), Bourdieu (2022 [1930]), Burigo (2016), Caldas-Coulthard (2007), Carvalho (2022), Cassiano (2022), Cavalcante (2022), Fischer (2020), Franco and Cervera (2006), Freitag (2022), Glozman (2022), IFAL (2018) , Kilomba (2019), López et al (2012), Mäder (2015), Mercosur/RAADH (2018), Moura and Mäder (2022), Oliveira (2022), Pessotto (2019), Rajagopalan (2000), Rio Grande do Sul (2014), Schwindt (2020) and Woolf (2014 [1923]). As for its object, method, approach, objectives and purpose, the work that we will present will be bibliographic, deductive, quantitative-qualitative, exploratory and basic.
URI: http://hdl.handle.net/11612/6893
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